terça-feira, 10 de agosto de 2010

Me vêm à mente tons menores, graves, em acordes tocados nos bordões. Chegam à minha boca apenas os impropérios, os mais sujos xingamentos. Chocam-se contra as paredes gritos agudos, ora muy desagradáveis, como o cheiro ruim do pote de mostarda que passou o verão inteiro esquecido no fundo da geladeira. Me vêm à mente as notas mais sombrias, os timbres ásperos e a interpretação errada. É o caminho errado passando por debaixo dos meus pés. É uma catraca que leva para outra linha sem fim, disfarçada de linha de chegada. É uma luta, que, quando é a segunda, vira revanche. Todo mundo tem somente uma chance de revidar. Uma pequena janela de tempo em que a gente pode se esgueirar e emendar-lhe uma bocha na cara de alguém. A gente golpeia o ar, pra que ele se enegreça de raiva ao redor de você. É a revanche que, quando benfeita, vira justiça !

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